Adriana Miranda

Hérnias: você achou que sabia tudo sobre elas?

Quem tem ou já teve hérnias, sabe o quão incômodo é ter que lidar com elas no dia a dia. Se você nunca teve, é possível que você já tenha ouvido falar, não é? Hoje, o Dr. Roberto Centola vem falar sobre o assunto!

Hérnia é a saída de um órgão (ou parte de órgão) de sua cavidade normal através de uma abertura congênita ou adquirida. Embora esta definição seja suficiente de maneira geral, é necessário que se faça alguns comentários.

As hérnias podem ser classificadas de várias maneiras. Conforme a região em que se localizam, podem ser chamadas de:

Inguinal – quando se localizam na região do mesmo nome, ou seja na virilha, acima da dobra da coxa.

Crural ou Femoral – quando se localizam também na virilha, porém abaixo da dobra da coxa

Umbilical – quando se localizam no umbigo.

Epigastrica – quando se localizam na região epigastrica (entre o umbigo e o início do tórax).

Como já falei acima, as hérnias podem ser congênitas ou adquiridas. Algumas hérnias existem desde o momento do nascimento (embora se manifestem apenas quando nos tornamos adultos, já que as pressões intraabdominais são maiores) e podem ser atribuídas ao defeito congênito do nosso desenvolvimento. Outras aparecem posteriormente.

A tendência familiar para hérnias fica evidente quando se verifica a história de muitas hérnias. Uma fraqueza da parede abdominal, na região inguinal, ou um anel inguinal bastante largo para permitir o desenvolvimento de uma hérnia são certamente tendência familiar.

Os sintomas subjetivos causados por uma hérnia são muito variados e dependem mais da pressão exercida sobre o seu conteúdo do que do tamanho da hérnia.

Por exemplo: a obesidade em um adulto jovem, tem provavelmente muito pouco efeito na produção de diferentes hérnias, mas nos grupos de maior idade, aumenta muito a proporção de hérnias umbilicais e epigastricas.

A obesidade atua de duas diferentes maneiras favorecendo a produção de hérnias: primeiro, aumentando a pressão intra abdominal; segundo, forçando a gordura pelas pequenas aberturas como por exemplo os orifícios por onde normalmente passam vasos sangüíneos acima do umbigo (hérnia epigastrica) ou através de um defeito já existente no umbigo (hérnia umbilical). Em um paciente obeso de idade avançada, pode-se observar infiltração de gordura nas laminas que compõem a parede abdominal, com múltiplas hérnias adiposas no epigastro.

As deficiências dos músculos e aponeuroses (camada fibrosa que envolve os músculos) são um fato anatômico indubitavelmente causadores de hérnias das regiões inguinais.

Uma hérnia grande, pode causar sintomas vagos enquanto que hérnias pequenas que apertem um pedaço de intestino, produzem dor local muito intensa, dores à distancia e náuseas.

O que com maior freqüência se encontra em um paciente com hérnia, é uma tumefação dolorosa e é esta dor que o leva a procurar um medico. Esta dor pode ser intermitente quando a hérnia é redutível; desaparece quando se reduz e pode ser leve quando está para fora. Com freqüência, esta tumefação só aparece quando ele realiza esforços como ao tossir, evacuar ou espirrar.

Atualmente as cirurgias para hérnias são simples e requerem pouco tempo de internação hospitalar, geralmente um dia. São realizadas por videolaparoscopia, com a colocação de uma tela na parede abdominal reforçando as partes fracas e bloqueando os orifícios por onde saem as hérnias.

No pós operatório há necessidade de um repouso relativo afim de não forçar a região restaurada até sua completa cicatrização.

Ficou alguma dúvida? Você pode consultar o Dr. Roberto Centola, pelo telefone 11 5549-9193.