O consumo do ovo tem sido motivo de controvérsia.

Não há dúvidas sobre o papel do colesterol sanguíneo como fator de risco independente para doenças cardiovasculares.

A dieta influencia diretamente nos valores do colesterol do sangue.

A prevenção das doenças cardiovasculares começa por exercícios regulares e uma dieta com baixo consumo de açúcar, ausência de gorduras trans, baixo consumo de gorduras saturadas, consumo adequado de gorduras monoinsaturadas (azeite de oliva e frutas oleoginosas) e polinsaturadas (alimentos ricos em ômega 3, peixes como a sardinha, por exemplo), grãos integrais, fibras, frutas, hortaliças e pouco sal.

O ovo é um alimento com baixo custo e uma excelente fonte de nutrientes. A gema é rica em vitaminas (A, D, E, K e B12), ácido fólico e ferro. A clara é constituída por proteína de alta qualidade. Mas, devemos ressaltar que a gema do ovo contém de 50 a 250 mg de colesterol, dependendo do seu tamanho. A recomendação das Sociedades de Cardiologia é a ingestão de no máximo 300 mg de colesterol ao dia, aconselhando-se o consumo de 2 gemas de ovo por semana e a liberação da quantidade de claras.

No entanto, estes dados sobre o ovo têm sido revistos, e novas pesquisas indicam que a ingestão de um ovo por dia pode ser aceitável, se outros alimentos ricos em colesterol forem eliminados da dieta.

Devemos nos lembrar, no entanto, que muitas vezes ingerimos ovo como ingrediente na preparação de outros alimentos, como massas, bolos, doces e tortas. O cuidado na preparação do ovo também é importante, devendo-se evitar  a adição de gorduras (por exemplo, ovo frito ou mexido).

Dra. Maristela Monachini

Doutora em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP.

Médica Cardiologista pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia

Médica Cardiologista e membro da Comissão Diretora e da Comissão Cientifica do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.