Adriana Miranda

Osteoporose na melhor idade: é bom prestar atenção!

Tempos atrás, convidei meu ginecologista, o Dr. José Bento, para falar sobre “qualidade de vida na melhor idade” aqui no blog. Hoje, ele volta para falar de um assunto super importante, mas que a maioria das mulheres não dá a devida atenção, por acharem que é uma doença normal: a osteoporose.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada quatro mulheres depois da menopausa tem osteoporose. A incidência entre homens após os 50 anos de idade é de um em oito. A diferença se dá porque a redução da massa óssea masculina começa aos 40 anos e acontece muito lentamente. No caso das mulheres, o pico de massa óssea se dá aos 16 anos e permanece estável até os 30. A partir dessa idade, quem tem tendência à doença pode começar a perder 1% de massa ao ano até a menopausa, quando ocorre uma queda abrupta de 5% a 6%.

Com essa informação fica claro que a osteoporose é comum nas mulheres, porém, você sabia que a chance de uma mulher morrer por uma fratura no quadril – a mais comum na osteoporose – é maior do que por câncer de mama? Porém, se você perguntar a qualquer mulher qual a doença que ela escolheria para adquirir, certamente seria a osteoporose.

O estrago aparece quando a perda total ultrapassa os 25% de massa, comprometendo a resistência óssea, podendo então surgir as fraturas. Aqui, pode ser tarde demais para uma solução – geralmente, as mortes pela fratura de fêmur ocorrem nos seis meses seguintes à queda, em decorrência de trombose, embolia pulmonar, pneumonia e infecções urinárias.

A verdade é que as pessoas só começam a se preocupar com osteoporose  quando a idade chega, o que é um erro. Essa é uma doença em que a prevenção deve começar ainda na infância.

A genética tem uma influência grande na saúde dos ossos, mas o trabalho de prevenção pode diminuir os futuros prejuízos. Além de uma alimentação rica em cálcio, possuir bons hábitos podem fazer toda a diferença.

Para se ter uma ideia, há estudos que mostram que café em excesso (quatro xícaras por dia) está associado a um aumento da fragilidade do osso, porque a cafeína aumenta a destruição óssea. O cigarro deve ser abolido. Ele altera a circulação e destrói os discos verticais da coluna. Também não adianta tomar litros de leite, sem controlar o sal. O consumo máximo deve ser de 2g diárias (menos de 1/2 colher de chá). O excesso provoca a eliminação do cálcio pela urina.

E aqui vão mais dicas para saúde dos seus ossos: atividades aeróbicas e de fortalecimento muscular e sol com moderação (30 minutos até as 10h ou depois das 16h). A exposição solar ajuda o organismo a produzir vitamina D, fundamental para a absorção do cálcio.

A partir dos 40 anos de idade é importante fazer exames de densitometria anuais, para detectar alterações na massa óssea. Quanto mais cedo os fatores de risco forem detectados, melhor serão os resultados da prevenção e dos tratamentos.

Dr. José Bento é ginecologista e obstetra. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Mogi das Cruzes em 1981, fez residência médica no Hospital das Clínicas. Participa do Programa Bem Estar na Rede Globo.