O Dr. José Luiz Alvim Borges é médico e como atividade paralela, dedica-se ao estudo do vinho, exercendo atualmente, a vice-presidência da Associação Brasileira de Sommeliers, aqui em São Paulo. Hoje, ele vem nos alertar sobre alguns cuidados que devemos tomar com o consumo do vinho.
“Há algum tempo a ideia de que o vinho, consumido moderadamente, traz benefícios à saúde vem se difundindo. A fundamentação deste conceito está em numerosos trabalhos científicos, que associam o consumo moderado de vinho tinto com a diminuição do risco de doença cardiovascular, de diabetes tipo II, de osteoporose, de demência, de acidente vascular cerebral isquêmico e de câncer de próstata.
Mas é bom ficarmos atentos! Embora estes estudos apresentem fortes evidências a favor do consumo moderado de vinho, eles não demonstram, de forma definitiva, os efeitos benéficos. Por outro lado, os riscos à saúde acarretados pelo consumo exagerado de álcool são bem conhecidos: cirrose do fígado, pancreatite, câncer de boca, faringe, laringe e esôfago e hipertensão arterial, entre outros.
O consumo do vinho deve ser proscrito em pessoas com doenças do fígado, em indivíduos com história de abuso de álcool e em mulheres grávidas. O álcool e o vinho parecem estar associados a um risco aumentado de câncer de mama nas mulheres em menopausa. Os hipertensos também devem ter parcimônia ao beber vinho.
Em vista destes fatos, as autoridades de saúde do Reino Unido acabam de diminuir a recomendação de segurança para consumo de álcool. A quantidade, considerada segura para a saúde, baixou de 21 para 14 unidades por semana, sendo que uma unidade corresponde a 8g de álcool. No caso do vinho, uma taça de 250ml, um terço de garrafa, corresponde a 3,3 unidades, aproximadamente.
Portanto, se você não está nas categorias de risco, beber pequenas quantidades de vinho (cerca de 150ml – 1/5 de garrafa ao dia) pode trazer benefícios à sua saúde. Volumes acima disto apresentam risco aumentado à saúde.”
José Luiz Alvim Borges faz parte do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, onde atua como coloproctologista, pesquisador científico e membro da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional. Foi esportista, praticante do rugby, tendo sido campeão paulista e brasileiro e atleta da seleção brasileira.
